A coluna de hoje foi feita a partir do livro de T. Harv Eker, “Os Segredos da Mente Milionária”.

A primeira parte do livro de T. Harv Eker é construída a partir de uma caracterização do modelo de dinheiro que existe em nossa mente. Para o autor do livro, tudo é baseado em um modelo mental que cada um de nós tem sobre o dinheiro.

Uma grande parte do que é estudado nas escolas e faculdades é baseado em modelos, desde a economia, com modelos de equilíbrio perfeito, parcial, etc., até a química e os modelos dos átomos. Nós somos particularmente bons em construir modelos e enxergar o mundo através deles.

O modelo de dinheiro ao qual o autor se refere é construído ao longo dos anos e, na maior parte das vezes, de preceitos errôneos vindos de nossos pais, amigos e colegas. Não propositalmente, claro, eles também acreditam estarem certos. Essa cultura, entretanto, perpetua um paradigma que deve ser quebrado para que você consiga alinhar sua mentalidade com a dos chamados “milionários”.

Reprogramar nosso cérebro para aceitar esses conselhos, nos quais acreditamos ao longo de toda a vida, e incluir novos “arquivos” é problemático e requer trabalho constante. O autor do livro “Os Segredos da Mente Milionária”, T. Harv Eker, nos leva em sua jornada de empreendedorismo, entre fracassos e sucessos, analisando os passos de sua carreira de forma a nos auxiliar nesse aspecto.

Em alguns momentos pode ser que o autor pareça um pouco arrogante e isso acabe respingando em mim também, mas é preciso diferenciar o conceito de pobre e rico do conceito comum. Eu não tenho milhares de reais investidos, nem estou perto da minha independência financeira em termos numéricos. Tampouco considero que julgar uma pessoa pela conta bancária seja uma opção.

Aqui falamos de mindset. De como você enxerga o mundo e como se prepara para reagir a ele de acordo com seus objetivos.

Vamos aos chamados “arquivos de riqueza” pelo autor, a parte mais interessante e prática do livro.

 

1 – Os ricos criam suas próprias vidas

Toda pessoa que obtém sucesso na vida não espera, ela produz sua própria condição.

Poderíamos passar horas discutindo a desigualdade, a inexistência (ou fatores externos que impedem a existência) da meritocracia, principalmente para o caso brasileiro, país com imensas diferenças sociais e econômicas. Não estamos partindo de pontos iguais e nem com condições iguais.

Entretanto, estamos falando de mindset e a vitimização que acaba nos tomando em certos momentos da vida. Liderança e riqueza, nos termos abordados pelo livro, estão muito relacionados. Liderança da vida e do seu destino, dos funcionários, do conselho de administração da empresa, etc.

Uma mente milionária é líder!

 

2 – Ricos entram no jogo do dinheiro para ganhar

Você entra no jogo para cumprir tabela ou para ganhar a partida? Para quem gosta de futebol, que não é bem meu caso, essa expressão é clássica. Os ricos sempre entram no jogo para ganhar.

Esse arquivo me lembra um vídeo que assisti algum tempo atrás que se chama “I want to be a crony”, em tradução livre “Eu quero ser um burocrata”.

O vídeo começa com crianças. A ideia do vídeo é mostrar quais são as ambições que essas crianças tinham no passado: “Eu quero ser um médico e ajudar pessoas doentes”, “Eu quero ser um arquiteto e construir o maior arranha-céu do mundo”.

Então vem o questionamento: o que as crianças querem no presente?

“Quando crescer quero trabalhar para o governo”; “Quando crescer quero trabalhar para o Banco Central”; “SEC” (Nossa CVM); “Eu vou ser um legislador”; “Eu vou lutar pela fatia de contribuintes que me elegeram”, “Eu vou criar um grande programa do governo que irá beneficiar todos meus amigos”.

Quem quiser ver o vídeo e tirar suas próprias conclusões pode vê-lo aqui.

Não é a primeira vez em minha coluna que critico o funcionalismo público, o nosso chamado “capitalismo de compadrio” e toda a mentalidade que vem junto com ele. Não julgo quem escolheu seguir esse caminho, eu mesmo já pensei e fui sugerido inúmeras vezes (acredito que até sou mal visto por certas pessoas no meu círculo) mas vários talentos estão sendo sugados para a máquina pública. Quem perde é a sociedade.

 

 

3 – Ricos assumem o compromisso de ser ricos

Comprometimento, mentalidade!

Você está comprometido com seu sucesso financeiro? Tem certeza?

Para onde foi seu décimo-terceiro? E seu bônus? Como está seu cartão de crédito? Você tem uma planilha de controle? Você avalia sua performance?

As pessoas que não são bem-sucedidas financeiramente “gostariam” de ser ricas, os ricos se comprometem a ser ricos!

 

4 – Quem é rico pensa grande 

Já dizia Jorge Paulo Lehman, “pensar grande dá o mesmo trabalho de pensar pequeno”.

Nasci em uma cidade do interior com pouco mais de 20 mil habitantes. Estou bem acostumado com o comodismo característico da média das pessoas de cidades do interior. A casa própria é o maior dos sonhos. Um emprego estável que seja suficiente para pagar a parcela do financiamento.

Confesso que na maior parte do tempo eu gostaria de ter esse pensamento. Infelizmente não tenho e espero mais da vida do que o salário do mês seguinte.

 

5 – Ricos focam as oportunidades, pobres focalizam obstáculos

É difícil criar uma empresa no Brasil, construir uma empresa do zero, pagar impostos altos tanto para a empresa quanto para os funcionários que contratar. Altas taxas de juros para levantar empréstimos e financiamentos, competindo com empresas enormes que se beneficiam de ter políticos legislando diretamente para eles.

Tem gente que consegue, certo? Então é possível.

A única coisa que muda aqui é a percepção. Foque nas oportunidades e não nos obstáculos.

 

6 – Você vence um problema tornando-se maior do que ele

Isso não quer dizer que não existirão obstáculos e eu listei um grande número deles no tópico anterior. Para você ultrapassá-los você deverá crescer, seja intelectualmente, pessoalmente ou qualquer outro aspecto!

O foco é você e seu desenvolvimento pessoal, não o problema!

 

7 – Rico admira rico

Tive a feliz oportunidade de estar próximo de pessoas muito bem-sucedidas (por consequência bem ricas também). Abílio Diniz, William Waack, Fernando Henrique Cardoso, José Galló, Oscar Schmidt, entre outros.

É incrível o quanto você se sente influenciado pela presença daquelas pessoas no mesmo lugar.

Entretanto, é comum que as pessoas ressentem os ricos, principalmente no Brasil. Não sou rico, na verdade ainda estou longe disso, mas tudo que eu conseguia sentir por aquelas pessoas era admiração.

“Tem dinheiro mas trabalha o dia inteiro, não é feliz”. Quem nunca ouviu isso?

Descubra o que te deixa feliz, mas não ressinta pelo sucesso do outro!

 

8 – Rico anda com rico

Isso parece o mantra do alpinista social, certo? Deixe seus amigos pobres de lado e só ande com ricos.

Não é bem essa a ideia. As coisas que você gosta, os assuntos de interesse, sua profissão e todas as outras variáveis que compõem o indivíduo são responsáveis por selecionar as pessoas ao seu redor. Se cerque de pessoas com a mesma mentalidade!

 

9 – Quem é rico gosta de se promover

Somos todos vendedores! Vendemos segurança, vendemos rentabilidade, vendemos conhecimento, vendemos experiência.

É preciso se promover para ter sucesso. Não confunda isso com a síndrome do pavão, por favor.

 

10 – Ricos sabem receber dinheiro

Quem nunca ouviu um “não precisava” ao dar um presente? Para poder receber é preciso também dar!

 

11  – Ricos recebem de acordo com seus resultados

O autor do livro comenta: Se quiser ser pobre para o resto da vida, trabalhe por hora (assalariado) e não por produção.

Falamos anteriormente do desejo de ter um salário que consiga suportar os gastos padrão e as parcelas da casa e do carro. O rico ganha por produção! Se entregar resultados recebe mais. É uma forma de alinhar seu comprometimento e empenho com seu salário.

Uma forma de guiá-lo para o lado certo, extraindo o máximo do potencial, criando novas oportunidades, novos produtos, novas soluções, produzindo mais, é o salário por produção!

 

12 – Quem é rico não limita suas opções

Pessoas com mentalidade pobre estão sempre escolhendo entre duas coisas não relacionadas. É comum que comentem que determinada pessoa bem-sucedida “tem dinheiro, mas não tem saúde, não é feliz”.

Uma coisa não está necessariamente ligada à outra. Você não precisa abrir mão da felicidade e da saúde para ter sucesso.

 

13 – Ricos olham para o patrimônio líquido

Viver esperando o salário do próximo mês é comum entre nós. Como tratamos anteriormente, isso não é o mais indicado caso você queira ter sucesso. O ideal é que você olhe para o patrimônio que você construiu.

Afinal, quando você parar de trabalhar, o que vai manter seu padrão de vida é seu patrimônio líquido.

 

14 – Os ricos administram bem o dinheiro

O autor do livro propõe uma regrinha de distribuição de sua renda mensal:

10% para investimentos

10% para educação financeira

10% para despesas de longo prazo

10% para doações

10% para diversão

50% para necessidades pessoais

Perceba que 30% da renda está direcionado para algo com retorno “financeiro”. Investimentos elevam seu patrimônio líquido, educação financeira eleva a rentabilidade do que foi investido e despesas de longo prazo são os financiamentos imobiliários, por exemplo.

Procure uma causa/instituição que você se identifique e doe em uma base regular. Isso fará com que você esteja engajado com a sociedade ao seu redor e te fará se desapegar um pouco do dinheiro.

Se você não se diverte acabará se sabotando em algum momento. É preciso recompensar o seu esforço e sua performance!

Note que essa é uma regra geral. Precisamos adequar essa regra às necessidades de cada um.

 

15 – Ricos investem

O que costumo dizer para meus amigos e clientes: quanto maior sua rentabilidade, menos você precisa se privar hoje para atingir o mesmo patrimônio desejado lá na frente.

Respeitando sempre o risco ao qual você está disposto a correr, assim como a liquidez, o lógico é que sempre se escolha a melhor rentabilidade disponível.

Pausa para o arquivo de riqueza número 9: sou um grande entusiasta da terceirização. Se você está doente, procure um médico. Se quer reformar sua casa, procure um arquiteto. Se você quer rendimentos melhores, procure um consultor financeiro!

 

16 – Quem é rico supera o medo

O medo normalmente é o que guia as pessoas nas suas atividades diárias. Como disse na minha coluna sobre o livro “Pai Rico Pai Pobre”.

“Enquanto os conselhos do pai pobre eram todos baseados no medo, medo de não conseguir um bom salário, uma boa aposentadoria, uma boa casa; os conselhos do pai rico enxergavam tudo isso como um meio e não como um objetivo: fazer seu dinheiro trabalhar para você. A chave não é ter medo do risco, é saber administrá-lo, aproveitar as oportunidades que surgem.”

Saber lidar com o medo é uma experiência diária. Cada vez que isso acontecer, não fique paralisado por ele.

 

17 – Os ricos usam a ideia da sobrecarga progressiva

Para que você se torne mais forte fisicamente, é preciso que aplique a sobrecarga progressiva. O corpo humano possui limites que se ajustam a cada treinamento na academia. Em uma semana você só consegue levantar uma quantidade X de peso. Na próxima semana você conseguirá levantar X+1.

É assim com o seu cérebro! Esteja sempre empurrando seus limites. Se você parar, você volta para o seu estado inicial. Seus limites possuem uma inércia intrínseca que quer sempre te levar para o estado de conforto.

 

Um livro de fácil leitura, com preço bastante acessível em todas as livrarias físicas e online. Para quem busca uma mudança de mindset, incentivo para mudanças diárias, é um excelente livro. Assim como os anteriores, a pequena parte sobre finanças pessoais se trata do Arquivo de Riqueza 14 “Ricos sabem administrar seu dinheiro”.

Espero que a coluna te incentive a não somente fazer a leitura, mas também implementar esses arquivos de riqueza na sua programação mental! Eu também estou tentando!